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Bússola apontando para o norte

Abordagem 

A multiplicidade de disciplinas e práticas profissionais envolvidas na ciência dos desastre dificulta a iniciação na pesquisa e a articulação dos conhecimentos disponíveis num todo coerente. Uma das estratégias para desfazer este novelo é agrupar teorias, práticas e contribuições disciplinares em paradigmas de segurança. O projeto defesacivil.org filia-se a organização curricular da disciplina de "Introdução aos Estudos de Defesa e Segurança Civil" do PPDSC-UFF, utilizando os cinco paradigmas abaixo listados, discutidos no artigo "As Cinco Faces de Apophis: sobre males compartilhados, paradigmas de segurança e defesa planetária". Veja mais na página de publicações.

Paradigma do Enfrentamento

Neste paradigma o desastre é concebido como resultado da ação de um elemento externo à sociedade – um inimigo contra o qual é legítimo lutar - seja ele um bombardeio inimigo, um atentado terrorrista, uma doença infecto-contagiosa ou evento meteorológico extremo. As principais estratégias de segurança associadas a este paradigma são o combate ao inimigo e a defesa da população, uma experiência similar à guerra.

Paradigma da Paz

Se no primeiro paradigma o desastre é uma réplica da experiência da guerra e a guerra em si é considerada inevitável, um recurso legítimo para solução de contendas, no segundo paradigma os conflitos violentos são considerados desastres e as estratégias de segurança visam a promoção da paz, a moderação da violência e o controle dos armamentos.

Paradigma da Vulnerabilidade

Este paradigma tem duas vertentes. Na primeira o desastre é concebido como produto da interação entre um perigo e uma coletividade vulnerável, requerendo como estratégia de segurança a adaptação das comunidades. Na segunda vertente o desastre é compreendido como resultado da interação entre um perigo e uma população desfavorecida pelos arranjos sociais correntes. A promoção da justiça social é a estratégia preferencial da segunda vertente.

Paradigma da Crise

Neste paradigma, o desastre é concebido como um afastamento da condição de normalidade, seara de incerteza e da excepcionalidade. A estratégia central é o reestabelecimento da normalidade.  A complexidade crescente das sociedades modernas e contemporâneas produz riscos novos e inéditos, para os quais, por vezes, nem sequer existem precedentes conhecidos. Assim a perspectiva de um desastre passa a organizar a sociedade e as medidas de gerenciamento de riscos tornam-se cada vez mais imbricadas nos conhecimentos e práticas sociais, a fim de "normalizar" a resposta aos desastres.

Paradigma da Conformidade

Neste paradigma o desastre é compreendido como resultado da falha de um sistema sociotécnico, produto de um design equivocado ou desvios em relação aos padrões formais tomados como corretos. Dentro deste paradigma o desastre pode ser evitado pelo funcionamento perfeito das organizações, em conformidade com as normas vigentes. Daí decorrem, como principais estratégias de segurança, o combate a erros e violações e o controle de qualidade.

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